segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pagando pelos erros...


A cada término/começo de ano, nos deparamos com uma situação recorrente: a grande quantidade de chuvas e tempestades que assolam principalmente o sudeste do país (SP, RJ, MG e ES), ocasionando grandes inundações e riscos para a população (lembre ainda no incidente que deu-se no início deste ano, com o desabamento de terra que matou várias pessoas no Espírito Santo, fazendo com que tivéssemos a impressão de que o decorrer do mesmo não seria fácil).
Praticamente, a cada verão, com o progressivo aumento do calor global e nas grandes capitais (principalmente São Paulo, com sua impermeável camada de asfalto escaldante), aumenta-se também o volume de água que despeja a cada nova "investida de São Pedro". Uma ironia, mas podemos dizer que "um santo acaba por punir o outro por seus erros".
Na verdade quem paga pelos erros somos nós mesmos, que nunca pensamos no futuro e ajudamos a deixá-lo ainda mais sombrio.
Sim, culpa nossa! Quanto lixo produzimos que poderia ser separado e reciclado (independente da existência ou não de cestos de coleta seletiva)?! Quantos cestos são depredados por jovens e/ou pessoas, que não têm a mínima educação de preservar o que é seu?! Quantos de nós ensina a educação ambiental aos filhos, e a põem em prática?! Quantos de nós mantém seu próprio ambiente organizado e sustentável (diga-se, sem sacolas de lixo em calçadas que podem ser levadas pela enxurrada)?!
O que se envolve aqui não são apenas atitudes sustentáveis (muito em moda no discurso das grandes empresas hoje em dia), mas a preocupação com o próprio futuro, com o da família e do próximo.
O governo tem culpa em não ter um bom programa de coleta de lixo domiciliar, é verdade; o planejamento de galerias e a ocupação da população ao lado de córregos ou áreas de risco nas grandes capitais também é questionável. Muitos fatores influenciam o aparecimento de desastres pelo mau tempo; mas o maior problema dentro de tudo isso, ainda é um só: a maneira como o homem ainda pensa e age.
Pelo jeito, devemos ficar preocupados. Estão vindo mais nuvens negras por aí...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O caos da saúde


A notícia da morte da garota Stephanie, de 12 anos, após administração de vaselina intravenosa, ao invés de soro fisiológico, por erro de uma auxiliar de enfermagem, mostrou a fragilidade tanto de nosso sistema de saúde e da formação dos profissionais da área, quanto a degradação de um setor que há anos necessita de apoio e recursos para seu bom funcionamento. Conversando com minha amiga Aryane Pedroso(@enairinha), chegamos à conclusão que fatos como esses são tão corriqueiros que perdem seu sentido; o valor humano perde-se totalmente. Nós nos perdemos.
Pode-se dizer assim, que este é apenas um exemplo banal (se é que podemos chamar assim, uma situação que culminou em morte), dada a quantidade de erros médicos que acontecem todos os dias em nosso país: trocas de medicação, operações mal sucedidas, procedimentos incorretos, falta de ética, diagnósticos errôneos, tratamentos imcompletos, descaso... Existe uma vasta variedade de problemas nos quais estamos cansados de ouvir dizer (quem não tem um vizinho ou conhecido que não tenha uma história dessas?), ou até sentir na pele.
Argumentar que nosso governo não disponibiliza condições para um bom serviço de saúde também não justifica todos os males existentes nesta área. O próprio caso da menina Stephanie envolve outras variáveis - a atenção da profissional que a atendeu, a padronização das embalagens de soro e vaselina (que eram praticamente iguais), a checagem de procedimentos pelos profissionais responsáveis...
E o argumento mais plausível que se pode colocar aqui, é apenas um: o fato de apesar da saúde estar caindo aos pedaços, sem recursos e sem infra-estrutura, os profissionais da área ainda pensarem que são DEUSES, que sempre estão corretos, no mais alto pedestal da sabedoria (em verdade, no mais alto pedestal da ignorância). A falta de humildade em buscar auxílio, pedir conselhos ou ajuda nos momentos de dúvida, é o que faz com que sucedam os maiores erros que podemos cometer - o eterno erro do egoísmo.
As mudanças devem ser profundas, inicialmente na educação dos profissionais, seja em colégios técnicos ou faculdades, para que se veja os pacientes de forma global e humanizada; sem isso teremos apenas robôs, meros praticantes de procedimentos frios, e do outro lado uma porção de vítimas crescentes.
Educação e mudança de visão é tudo o que se precisa.